sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A vida como ela é

      Nessa vida,acostuma-se a morar em apartamento de fundo sem ter uma vista,logo,acostuma-se a nao olhar para fora da janela.Acostuma-se a andar na rua e ver cartazes,abrir revistas e notícias,aceitando os números de morte,aceitando fracassos nas negociaçoes de paz,lemos a guerra.
     Toda gente,acostuma-se a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora,a tomar meio café porque está atrasado.Toda gente que nao tira sua própria vida,acostuma-se a viver porque nao dá pra morrer.Acostuma-se com o choque que causa a luz natural do dia aos olhos.Acostuma-se a pagar mais além do valor real das coisas, a engolir a publicidade,a esquecer temores e dores.
     O costume,em geral,é para sofrer em doses pequenas e para poder brincar de felicidade em algum meio tempo.Acostuma-se,a nao se ralar na aspereza para preservar a pele.Acostuma-se a evitar sangramentos,esquivando-se de uma faca para poupar o peito.E aprende-se uma ideia do amor,acostumando-se com a miséria que se tem dele hoje.



   Rebecca Kettrup.

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