Essa historia de brigar com patrão dá certo sim. O segredo, a alma do negocio, é o santo do empregado e do empregador não baterem logo de cara. As relações são muito mais amigáveis frente a frente, embora por trás um fale horrores do outro. Nesse sentido, o empregado tem q tomar muito cuidado, já que se encontra numa posição não tão privilegiada quanto seu “oponente”, que a qualquer momento pode te botar no olho da rua. Outro segredinho: nunca, jamais confunda a relação trabalho-amizade. Não ache q por você ser “amigo” do seu chefe, ele vai te aliviar. Muito pelo contrario. Essa suposta amizade(que existe apenas para você) so ira deixar seu amado patrão no direito de te dar um serviço extra aqui, uma jogada na cara ali, uma humilhação acolá... enfim... Mó roubada! Hoje eu falarei em caráter de escritor. Amanha, poderei estar falando em caráter de empregado ou patrão, pois não sei o que o futuro me reserva. Mas observando de longe uma boa briga de empregado e empregador, é incrível como a historia facilmente muda de foco. Basta apenas, agradar à parte interessada.
Marcia- bom dia a todos! Cheguei para mais um dia de trabalho!
(fala serio! Que idiota chega assim tão feliz pra trabalhar e encher o patrão(mais ainda) de dinheiro???)
Ricardo- fala aê Marcinha!
(é interessante que ao mesmo tempo em que outros empregados podem te odiar, eles podem ver em comum a opressão por parte do patrão, e se tornarem solidários uns aos outros!)
Patrícia- bom dia, Marcia!
(existe na empresa, seja ela grande ou pequena o empregado que, querendo ou não, é o queridinho do patrão. Uns forçam a barra, outros são queridinhos por natureza, outros são queridinhos por laços sanguineos...)
Dona Flavia- Carina, vem aqui um minutinho por favor, querida.
(não se iluda com o adjetivo “querida”empregado no fim da frase. O “predador patrão” se utiliza de sutis armas e não perde a chance de mostrar quem é que manda no ambiente.)
Marcia- fala, Flavia.
(até eu que sou escritor notei onde o empregado errou. Na selva que é o trabalho, não se pode dar-se ao luxo de intimidades com o maior predador: o patrão.)
Dona Flavia- é exatamente sobre esse seu tipo de linguagem que eu já te alertei antes. Ontem você voltou a me atender desse modo informal. E se fosse um cliente? O que eles pensariam se uma empregada minha atendesse o telefonema desse jeito???
(note que o empregador se utiliza do deslize de seu subalterno para mostrar toda sua superioridade de poder, sempre frisando que VOCÊ é o empregado, e que está abaixo na hierarquia do escritório)
Marcia- mas Dona Flavia, eu sabia que era você. Quando a ligação vem da sua linha a luz vermelha acende...
(o empregado, como animal caçado da um passo atrás e começa a tratar o predador-patrao do jeito que ele quer ser tratado. Esse é o maior erro que ele podia cometer. O predador vê a vitima acuada e não vai deixar de investir nela, brincar com ela até ela agonizar e morrer em seus braços. E uma coisa que todo empregado deve saber: NÃO ADIANTA SE JUSTIFICAR!!!! O patrão tem sempre razão, as vezes até mais razão do que o próprio cliente.)
Dona Flavia- não importa. Marcia, somando esse deslize a mais muitos outros que você já deu, não vejo outra saída a não ser demitir você.
(essa é a hora que o empregador quer ver você rastejando e implorando clemência)
Marcia- tudo bem. Sexta feira eu passo aqui e pego minhas coisas. Faça as minhas contas.
(nossa heroína não agüenta a pressão e é devorada pelo predador-patrao)
Bom, esse é só mais um escritorio. So mais um local de trabalho. Coisas como essas (e diferentes dessas) acontecem a todo momento e em todo lugar. Quem sabe eu não volto aqui qualquer dia desses, pra mostrar o lado do patrão?? Agora terei que parar de escrever, porque o chefe da redação está me chamando. Quem sabe eu não sou a “Marcia” em versão masculina??? Fui!


